Prosimetron

Prosimetron

sábado, 10 de dezembro de 2016

Boa noite!

Os inspiradores:



O 'homem do dia':

Uma canção que arrastou o povo para a rua contra uma guerra.

Come gather around people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone
And if your breath to you is worth saving
Then you better start swimming or you'll sink like a stone
For the times they are a-changing

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no telling who that it's naming
For the loser now will be later to win
Cause the times they are a-changing

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's the battle outside raging
It'll soon shake your windows and rattle your walls
For the times they are a-changing

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is rapidly aging
Please get out of the new one if you can't lend your hand
Cause the times they are a-changing

The line it is drawn
The curse it is cast
The slowest now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is rapidly fading
And the first one now will later be last
Cause the times they are a-changing

Bob Dylan

«Os anos 1960 foram fabulosos - um decénio de protestos e de rebelião. Uma geração inteira tinha o direito de beber e de morrer na guerra aos dezoito anos, mas não tinha o direito de votar antes dos vinte e um. A crise era inevitável. As conversas tornavam-se canções, as canções provocavam discussões. Organizavam-se marchas pelos direitos cívicos, marchas contra a bomba, marchas contra a escalada da guerra no Vietname. Mas eram também marchas contra a rigidez moral dos anos 1950. A Beat Generation tinha aberto uma brecha e nós, a geração seguinte, aproveitámo-la.»
Suze Rotolo - Le temps des possibles. Paris: Naïve, 2009, p. 14

O 'herdeiro':


«Bob Dylan is the father of my country. Highway 61 Revisited and Bringing It All Back Home were not only great records, but they were the first time I can remember being exposed to a truthful vision of the place I lived. The darkness and light were all there, the veil of illusion and deception ripped aside. He put his boot on the stultifying politeness and daily routine that covered corruption and decay. The world he described was all on view, in my little town, and spread out over the television that beamed into our isolated homes, but it went uncommented on and silently tolerated. He inspired me and gave me hope. He asked the questions everyone else was too frightened to ask, especially to a fifteen-year-old: “How does it feel... to be on your own?” A seismic gap had opened up between generations and you suddenly felt orphaned, abandoned amid the flow of history, your compass spinning, internally homeless. Bob pointed true north and served as a beacon to assist you in making your way through the new wilderness America had become. He planted a flag, wrote the songs, sang the words that were essential to the times, to the emotional and spiritual survival of so many young Americans at that moment.
«I had the opportunity to sing “The Times They Are A-Changin’ ” for Bob when he received the Kennedy Center Honors. We were alone together for a brief moment walking down a back stairwell when he thanked me for being there and said, “If there’s anything I can ever do for you...” I thought, “Are you kidding me?” and answered, “It’s already been done.”»
Bruce Springsteen - Born to run

Positively 4th Street


You've got a lotta nerve to say you are my friend
When I was down you just stood there grinnin'
You've got a lotta nerve to say you got a helping hand to lend
You just want to be on the side that's winnin'

You say I let you down, ya know its not like that
If you're so hurt, why then don't you show it?
You say you've lost your faith, but that's not where its at
You have no faith to lose, and ya know it

I know the reason, that you talked behind my back
I used to be among the crowd you're in with
Do you take me for such a fool, to think I'd make contact
With the one who tries to hide what he don't know to begin with?

You see me on the street, you always act surprised
You say "how are you?", "good luck", but you don't mean it
When you know as well as me, you'd rather see me paralyzed
Why don't you just come out once and scream it

No, I do not feel that good when I see the heartbreaks you embrace
If I was a master thief perhaps I'd rob them
And tho I know you're dissatisfied with your position and your place
Don't you understand, its not my problem?

I wish that for just one time you could stand inside my shoes
And just for that one moment I could be you
Yes, I wish that for just one time you could stand inside my shoes
You'd know what a drag it is to see you

Bob Dylan

Blowin' in the Wind


How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, and how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes, and how many years can a mountain exist
Before it is washed to the sea?
Yes, and how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, and how many times can a man turn his head
And pretend that he just doesn't see?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes, and how many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, and how many deaths will it take 'til he knows
That too many people have died?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Bob Dylan

Marcadores de livros - 547

Todos estes escritores receberam o Nobel da Literatura:
Em 1938.
Respetivamente em 1909, 1957 e 1962.

Respetivamente em 2006 e 2007.

Destes livros acho que não li o de Steinbeck e não li, de certeza, o de Doris Lessing. Mas devia... :) São todos escritores que aprecio. 
Um ano numa Feira do Livro, teria eu uns 12 ou 13 anos, o meu pai comprou-me Vento do oriente, vento do ocidente, de Pearl Buck. Adorei o livro e durante alguns anos li tudo o que já estava traduzido e o que ia saindo de sua autoria.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Boa noite!

Na foto, da esq. para a dir.: Bob Dylan, Suze Rotolo, Dave Van Ronk.

Frederico Lourenço: Prémio Pessoa 2016



O júri do prémio salientou «o percurso profissional e criativo» de Frederico Lourenço, «assinalado pela significativa e abundante bibliografia». O professor de estudos clássicos «é caracterizado pela variedade de interesses e realizações que incluem, para além da centralidades dos estudos clássicos, a música, o romance, a poesia, o teatro, o ensaio, os estudos bizantinos, a germanista e a história da dança».
Frederico Lourenço constitui «um exemplo de disciplina, capacidade de trabalho e lucidez intelectual no elevado plano dos estudos clássicos e humanísticos, parte fundamental da vida cultural e científica dos países desenvolvidos».
Desde há cerca de 20 anos que Frederico Lourenço tem traduzido grandes obras clássicas diretamente do grego para português, a última das quais a Bíblia, de que saiu o primeiro volume há poucos meses.

Parabéns!

Parabéns, Kirk Douglas!

Faz hoje 100 anos.


Elegâncias - 137

Tinha este recorte esquecido: uns sapatos de Nuno Gama. Estou até a pensar em comprar smarties para oferecer aos prosimetronistas para enfeitarem o seu calçado. Alinham?

Marcadores de livros - 546

Mais uns lindos marcadores da Impedimenta:

Todos de escritores ingleses, exceto o último que é uma irlandesa. Destes livros só li os de George Eliot, Thomas Hardy e Penelope Fitzgerald.
Destes americanos, só li, e gosto, Edith Wharton e Henry James.

Obrigada, Luisa.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Um Nobel na BNP





Cinenovidades




Muita vontade de ver o grande Jean-Pierre Léaud em Rei-Sol, neste novo filme do espanhol Albert Serra que detalha a lenta agonia de Luís XIV, daquele dia de Agosto em que começam as dores na perna esquerda até ao dia final de 1 de Setembro de 1715, depois de 54 anos de reinado pessoal.

Números


107

Quem mora em Lisboa imediatamente reconhece este edifício junto ao Mercado da Ribeira, onde funcionaram durante décadas os Serviços Centrais dos CTT . Agora, é privado, chama-se 8 Building, e tem 107 apartamentos ( já quase todos vendidos ) destinados a alojamento turístico, a que se somam as 10 lojas no piso térreo e o restaurante ( que vale a pena ) na cobertura . Uma tendência que veio para ficar, tal como o tamanho microscópico dos apartamentos ...

P.S. - A esfera armilar que antes o encimava está para restauro, dizem, e passará a estar exposta . No seu antigo lugar, no topo da torre, uma réplica.

Biografias e afins



Não pode esta biografia ser mais oportuna ... Da política ( o fascínio juvenil por Nixon, que foi correspondido ) à vida familiar , com o irmão mais velho precocemente falecido e que fez com que o " nosso " Donald ainda hoje não beba bebidas alcoólicas. Um retrato do homem que desde 1988 sonhava com a Casa Branca ...

Qui est vraiment Donald Trump ? , Laure Mandeville, éditions des Équateurs - Le Figaro, collection 361, 192p, € 14 .

Nova vinheta : 8 de Dezembro


Duas razões para esta escolha : a primeira é " pedagógica " , depois de ainda há uma semana ter visto nas televisões o desconhecimento quase generalizado, especialmente pelos mais novos, sobre porque era feriado naquele dia ( 1 de Dezembro ) , pode ser que também o Prosimetron ajude a colmatar estas lacunas ; a segunda porque mais que um " simples " feriado religioso a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora está estreitamente ligada à nossa história, desde a Idade Média até à proclamação nas Cortes de 1646 como Padroeira do Reino e Rainha de Portugal , assim coroada por D.João IV .

Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

Parabéns, Mário Soares!

Nos seus 92 anos.



Bom dia !




Mais uma nova voz francesa .

Sebastião de Magalhães Lima



Marcadores de livros - 544


Uns sapatos para a Luisa.

Mário Cesariny: «e entre nós e as palavras, o nosso dever falar»



YOU ARE WELCOME TO ENSINORE

Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas que esperam por nós
e outras frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar

Mário Cesariny

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Boa noite!

Uma das mais belas canções de Chico Buarque.

Marcadores de livros - 543


Dois marcadores (frente e reverso) dos arquivos de La Meuse.
Capa e duas páginas interiores do folheto sobre o arquivo.

Oscar Wilde: L'impertinent absolu



Já aqui havia alertado  para a abertura desta exposição no Petit Palais, em Paris. Trago-a aqui novamente porque alguém que a foi ver disse que era magnífica.
Até 15 de janeiro de 2017.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os meus franceses - 506

Daniel Lavoie é canadiano.


Morte de um poeta


Um dos últimos grandes poetas do Brasil - da estatura de Carlos Drumond de Andrade , Manuel Bandeira ou João Cabral de Mello Neto – morreu neste final de 2016. Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira), poeta, ensaísta, crítico literário, biógrafo, memorialista, tradutor, um dos fundadores do neoconcretismo, prémio Camões em 2010.

Neste Leito de Ausência
Neste leito de ausência em que me esqueço
desperta o longo rio solitário:
se ele cresce de mim, se dele cresço,
mal sabe o coração desnecessário.
O rio corre e vai sem ter começo
nem foz, e o curso, que é constante, é vário.
Vai nas águas levando, involuntário,
luas onde me acordo e me adormeço.
Sobre o leito de sal, sou luz e gesso:
duplo espelho — o precário no precário.
Flore um lado de mim? No outro, ao contrário,
de silêncio em silêncio me apodreço.
Entre o que é rosa e lodo necessário,
passa um rio sem foz e sem começo.


[Poemas Portugueses]

A arte do retrato - 207


Este Jeune fille à la frange que Amedeo Modigliani pintou em 1917 pertenceu a Paul Guillaume, marchand e amigo do pintor, e estava à venda na recente Bienal dos Antiquários de Paris .

Lá fora - 281




Um dos grandes generais do seu tempo, Luís II de Bourbon, Príncipe de Condé, não teve uma relação fácil com o seu primo, o Rei-Sol Luís XIV, mas após a reconciliação decisiva na década de 60 do século XVII e a instalação definitiva no fabuloso Domaine de Chantilly , seguiram-se os anos gloriosos em que a corte de Chantilly, animada por Molière, Boileau, Racine e La Fontaine , rivalizava com a de Versalhes , como Madame de La Fayette escreveu em 1673 : " De tous les lieux que le soleil éclaire, il n'y en a point un pareil à celui-là. "

Prolongada até 2 de Fevereiro de 2017 . domainedechantilly.com

Marcadores de livros - 542

Hoje temos quatro marcadores de El Greco:

Em cima e em baixo, frente e reverso de dois marcadores. 

Obrigada, Justa.

Aliados

Gostei bastante.

Bom dia !





Boa semana !

domingo, 4 de dezembro de 2016

Boa noite!

Torso de Mileto

Séculos V-IV a.C.
Paris, Louvre


Em geminação com dois comentários, colocados no post anterior.

Com este acrescento, devido ao comentário de Justa:
O chamado Torso Belvedere, da autoria do escultor ateniense Apolónio.
Século I a.C.
Museu do Vaticano

Marcadores de livros - 541




O torso arcaico de Apolo

Não conhecemos sua cabeça inaudita
Onde as pupilas amadureciam. Mas
Seu torso brilha ainda como um candelabro
No qual o seu olhar, sobre si mesmo voltado

Detém-se e brilha. Do contrário não poderia
Seu mamilo cegar-te e nem à leve curva
Dos rins poderia chegar um sorriso
Até aquele centro, donde o sexo pendia.

De outro modo erger-se-ia esta pedra breve e mutilada
Sob a queda translúcida dos ombros.
E não tremeria assim, como pele selvagem.

E nem explodiria para além de todas as fronteiras
Tal como uma estrela. Pois nela não há lugar
Que não te mire: precisas mudar de vida.

Rainer Maria Rilke
Trad. Paulo Quintela

(Este poema não é do livro do marcador.)

À fleur de peau


Primeira retrospetiva da obra de Henri Fantin-Latour, em Paris, depois da exposição dedicada ao pintor no Grand Palais em 1982. Esta exposição dá relevo às obras mais emblemáticas do pintor que é sobretudo conhecido pelas suas naturezas mortas e retratos de grupo.
Estão expostas cerca de 150 obras, desde telas a litografias, desenhos e estudos preparatórios, num percurso cronológico.