Prosimetron

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sábado, 22 de novembro de 2014

Boa noite!

Um retrato...

Cristóvão de Morais (doc.1551-1573), Retrato de D. Sebastião. Portugal, 1565.
Patrimonio Nacional, Monasterio de las Descalzas Reales, Madrid. 

Apesar de ter visto este retrato in loco, gostei muito de o rever na Exposição da Fundação Calouste Gulbenkian:

A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha.

D. Sebastião com onze anos de idade. Um retrato para uma mãe saudosa.


Para além do retrato do jovem D. Sebastião, as telas que mais apreciei foram de Caravaggio e de El Greco. A primeira já foi colocada por MR.
Boa tarde!



“Caridade de Santa Isabel de Portugal” é um dos três quadros de Goya expostos na Gulbenkian.
goya-isabel-de-portugal

Lindo menino!

Stevan Dohanos - Toddler empties purses, 22 nov. 1952

O novo livro de Roberto Saviano

Carnaxide: Objectiva, 2014

«Quando começou há cinco anos uma investigação sobre o negócio da cocaína, o escritor e jornalista italiano pensava que a máfia se aproveitava do sistema financeiro. Hoje acredita que é o contrário. É que a liquidez proporcionada pelo tráfico desta droga não tem comparação [com nenhum outro 'negócio']. E avisa que se um dia houver um conflito entre a máfia italiana e os cartéis mexicanos, a Península Ibérica será o palco.» De uma entrevista que César Avô fez a Roberto Saviano (Sol, Lisboa, 10 out. 2014)
«-Tem conhecimentos das máfias italianas que atuam em Portugal?
«- A n'drangheta, a calabresa, que ata em portugal e usa a costa atlântica. Em Lisboa toda a gente sabe quais são os restaurantes que fazem lavagem de dinheiro da n'drangheta. Admiro muito na política portuguesa o facto de se ter descriminalizado o consumo. Mas onde está o dinheiro da droga, se Portugal foi entre 2000 e 2006 a principal porta de entrada? Está em Andorra? E como é que os bancos portugueses, alguns que estão agora mal, nunca tocaram nesse dinheiro? Impossível. [...]
«- Como se pode resolver o problema da cocaína?
«- A legalização seria a única solução, embora não me agrade. Não gosto que se legalize nenhuma droga, mesmo as mais leves, mas é a única via. E legalizar não e autorizar; permite antes controlar. Uma droga ilegal reprime-se, mas é muito mais difícil impedir o seu uso. O tabaco ataca-se com campanhas.»
Tinha esta entrevista guardada para ler; fi-lo há dias.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Boa noite!

Há uns dias estive a ouvir este disco, o primeiro de Andrés Segovia que comprei, em 1969.

ONU escolhe Ramos Horta para repensar as missões de paz


Face às dezenas de Capacetes Azuis (que em quinze anos passaram de 20000 para 130000) mortos em ataques no Mali, a ONU pediu ao Nobel da Paz Ramos Horta para rever o conceito das operações nas missões de paz. 
Nunca os Capacetes Azuis foram tão atacados como hoje, quando o mundo se encontra atolado num número recorde de crises. 
Perante esta situação, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon pediu a Ramos Horta para liderar um grupo de especialistas para repensar as operações de manutenção da paz. 
O ex-Presidente do Timor Leste começou a trabalhar esta semana com o grupo de peritos, que irá tentar identificar formas de melhorar essas operações em todo o mundo e obter dos doadores um maior apoio, quer em soldados quer em dinheiro. 
«A situação das operações de manutenção da paz no seu conjunto mudou drasticamente para pior em alguns aspetos», afirmou Ramos Horta. 
Nos conflitos que assolam o mundo, o número de grupos de bandidos armados explode, as instituições estatais colapsam e os Estados membros da ONU querem reduzir o custo das missões, lamenta o Nobel da Paz. «A ONU tornou-se o bode expiatório para o fracasso coletivo da comunidade internacional em antecipar novos e complexos desafios que não existiam há quinze anos», afirmou Ramos Horta. 
Boa sorte para esta missão!
Ler mais em:
http://tempsreel.nouvelobs.com/monde/20141121.OBS5745/l-onu-recrute-un-prix-nobel-pour-repenser-le-maintien-de-la-paix.html

Ainda na BNP - A Biblioteca de Don García de Silva y Figueroa

Enchi o olho, como se costuma dizer com a exposição: A biblioteca do Embaixador: os livros de D. García de Silva y Figueroa (1614-1624).
Esta exposição também já apareceu por aqui. A minha escolha.
Pode visitar-se até 24 de Janeiro de 2015.


«Durante as suas peregrinações orientais, Don García de Silva y Figueroa, embaixador enviado em missão à Pérsia entre 1612 e 1624, fez-se acompanhar de uma bem apetrechada livraria pessoal, da qual pouco se conhece. É o conteúdo dessa biblioteca itinerante que a presente exposição pretende reconstituir, num momento em que se cumprem quatro séculos sobre a partida de Don García de Silva do porto de Lisboa, rumo à longínqua Pérsia. Nascido na localidade espanhola de Zafra em 1550 e originário de uma família nobre, Don García de Silva y Figueroa é nomeado em 1612 por Felipe III de Espanha (II de Portugal) emissário especial ao soberano safávida Abbas I. A missão do embaixador espanhol estender-se-ia por cerca de uma década, desde a largada de Lisboa em 1614 até ao seu falecimento durante a viagem marítima de regresso à Europa, nas proximidades dos Açores, em 1624.»

 BNP
Johann Theodor Bry (1561-1623) [Indiae Orientalis, 1598- 1628 12 partes em 4 vol.] - executado por Wolffgangus Richter

Plutarco (c. 50-120)



Belle


Um belo filme da inglesa Amma Asante, inspirado no quadro Dido and Elizabeth, de Johann Zoffany, e que se encontra presentemente em Scone House. A pintura retrata duas primas, Dido Elizabeth Belle Lindsay e Elizabeth Murray, que foram educadas pelo tio-avô, William Murray, 1.º conde de Mansfield e Lord Chief Justice (o equivalente, hoje, ao nosso presidente do Supremo Tribunal de Justiça) e por sua mulher, Elizabeth Finch. Era filha de uma escrava negra e de um capitão da armada inglesa, Sir John Lindsay. Podemos imaginar como seria visto na sociedade inglesa, da segunda metade do século XVIII, ter uma mulata na família. 
O filme - em que aprendemos alguma coisa - foca ainda um julgamento que teve influência na futura abolição da escravatura em Inglaterra.



John Lindsay
William Murray
Elizabeth Finch


Leituras no Metro - 189

Continuando as minhas leituras maigretianas...

Trad. Pedro Sousa Pires.
Porto: Asa, 2007

Jean Lenoir está preso e vai ser guilhotinado. O pedido para a pena ser comutada foi indeferido.
«Fora Maigret que, três meses antes, deitara a mão a Lenoir num hotel da rue Saint-Antoine. Uma fração de segundo mais e a bala que o assassino disparou na sua direção tê-lo-ia atingido em pleno peito em vez de se perder no teto.
«Isso não impediu que o comissário se tivesse interessado por ele, sem lhe ter guardado qualquer rancor. Para começar, talvez, por se tratar de um jovem. Lenoir era um rapaz de 24 anos que, desde os quinze, colecionava condenação atrás de condenação. 
«Depois por que ele era corajoso. Lenoir tinha cúmplices. Dois deles tinham sido presos no mesmo dia. também eram culpados e, no caso mais recente, o assalto á mão armada a um cobrador, de certeza que até teriam ficado com uma parte bem maior do que a do chefe.
«Contudo, Lenoir atenuou sempre a responsabilidade deles, assumiu tudo e recusou-se a "abrir o bico".
«E tudo sem gabarolice, sem presunção. [...]
«O comissário evitava olhar para ele. Sentia que a confissão não ia tardar a chegar. Mas sabia que ele era tão insubmisso que uma simples agitação, ou um interesse demasiado evidente, seria suficiente para o calar. [...]
«Será que, naquela ocasião, Lenoir resolvera abrir-se para dar a si próprio a ilusão da vida, para provar a si mesmo que ainda era um ser humano?» (p. 8-9)



Estalagem Aux Vieux Garçons, em Morsang.
Foto de 1931 atribuída a Hans Oplatka. Da esq. para a dir.: Simenon e Isadore Fauzé, o dono da estalagem.

É nesta estalagem que Maigret se instala para averiguar o que se passa na Taberna dos Dois Vinténs. E o que bebiam alguns dos personagens do romance na estalagem Aux Vieux Garçons?

Brrrrrrrrr...

Revoir Paris de François Schuiten & Benoît Peeters

Nesta exposição, François Schuiten e Benoît Peeters, autores das Cités Obscures, põem em diálogo a sua visão futurista da Cidade Luz, através de uma seleção de desenhos de arquitetos e de projetos de urbanismo concebidos para Paris, desde há 200 anos. A metamorfose de Paris operada com os trabalhos de Hausmann, é ilustrada por documentos históricos originais postos em confronto com pranchas do álbum de Schuiten e Peters Revoir Paris.
Está patente até 9 de março de 2015, no Palais Chaillot, em Paris.

9000 Formas da Felicidade, na BNP

Uma exposição interessante, já aqui focada por MR. Para mim foi tudo novidade.

Pode visitar-se até 31 de Janeiro de 2015. A exposição compõe-se de 5 núcleos. 
1º Núcleo: Alberto Casiraghy; 2º Núcleo: Alda Merini; 3º Núcleo: Alberto Casiraghy e Luciano Ragozzino; 4º Núcleo : Outros artistas e 5º Núcleo: Alberto em Portugal.

«A Pulcinoelefante nasceu em Osnago (Cantù, Como, Itália) em 1982, numa tarde ventosa. Nesse ano saiu apenas o livro inaugural, Una Lirica. Una Immagine de Marco Carnà. Em 1983 foram lançados quatro livros, em 1984 sete, nove em 1985. Enfim, os primeiros dez anos viram nascer 236 Pulcini.»
Site da BNP
Algumas das minhas escolhas


Omaggio al Barba-Nera, Alberto Casjraghi [xilografia de ] Giulio Santabarbara - Osnago:Pulcinoelefante, apr. 2012


 O Amor, Catarina Cardoso Figueiredo (Comissária da exposição), 1969, desenho de Chiara Giussani - Osnago: Pulcinoelefante, set, 2011

«Alberto Casiraghy é um artista: é poeta, pintor, músico e construtor de violinos, impressor. O seu amor ao próximo e à vida está traduzido nos milhares de livrozinhos Pulcinoelefante que fez e ajudou a fazer e espalhou pelo mundo. E estes, fiéis ao seu criador, fizeram e fazem amigos. É à volta deles, Alberto e os seus livrozinhos, que nos juntamos nesta exposição na Biblioteca Nacional de Portugal.»
BNP

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os meus franceses - 366

Fazendo um brinquedo...

Il. de Norman Rockwell
The Literary Digest, 20 nov. 1920

Marcadores de livros - 197

Há dias recebi num livro o marcador acima, feito por António M. Damásio, de Portugal. Passados dois dias deram-me o de baixo, de Galina Vasileva, da Bulgária.

Fui então espreitar o site dos marcadores de livros feitos pelos clientes da Book Depositary:
https://www.bookdepository.com/bookmarks2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Boa noite!

Il. Bradshaw Crandall 

Boa tarde!


O fadista Carlos do Carmo recebe hoje, às 18h00 de Portugal, o Grammy Latino de Carreira, no Hollywood MGM Theatre, em Las Vegas, antecedendo a entrega anual dos Grammy Latinos, amanhã.
Além do criador de «Canoas do Tejo», recebem igualmente um Grammy de CarreiraWilly Chirino, César Costa, o Dúo Dinámico, Los Lobos, Valeria Lynch e Ney Matogrosso.
O Board of Trustees da Latin Academy of Recording Arts and Sciences decidiu, por unanimidade, atribuir a Carlos do Carmo o Lifetime Achievement Award, galardão que distingue a obra das grandes referências do panorama musical internacional.

 
Há quantos anos não ouvia o Dúo Dinámico!!!??

O meu almoço

Andy Warhol, ca 1965
Andy Warhol, ca 1965
Andy Warhol, ca 1968
Foto de Matt Johannsson

Hoje não foi de lata. Aliás há imensos anos que não como uma sopa Campbell, de que até gostava. Faço com alguma frequência esta sopa com ovo escalfado. Hoje será acompanhada de uma broa divinal...

Leituras no Metro - 188

Condé-sur-Noireau: Charles Corlet, 1989

Um retrato do comissário Maigret, desde a descrição física ao ambiente familiar, passando pelo trabalho no Quai des Orfèvres. 'Ficha' também outros personagens que aparecem nos romances do comissário Maigret, como a sua mulher Luísa, os colegas, etc.
Uma boa investigação. E útil.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Na exposição

Gostei de Leon Kroll, pintor americano que nasceu em Nova Iorque.
Uma exposição alimenta sempre o espírito: 

Leon Kroll, Raparigas na exposição, 1964



Leon Kroll has the eye of a hawk and the heart of a dove, which is to say that he has both intelligence and feeling. What he has given to our art is a matter of public record over more years than either he or I would care to say.

Jerome Myers, in Artist In Manhattan (Wikipedia)

 

Boa noite!

Pensamento ( s )


LISTAS

E, de repente, lembro-me disto : como pode alguém amputado de braços rezar com as duas mãos juntas?, como manter certos rituais se algo no corpo já não está e as regras dizem com precisão o que essas partes ausentes deveriam fazer? Sem mão não podes : segurar, agarrar, puxar, empurrar, suster.

Fazer uma lista : os verbos que são eliminados, que se tornam inúteis, quando um homem perde as mãos; depois, os verbos que se tornam inúteis quando os homens perdem os pés; depois os verbos que se tornam inúteis quando um homem perde órgãos essenciais como o coração; os verbos que ficam inúteis quando o homem perde a cabeça ( o homem sem cabeça não pode pensar, conjeturar, planear, calcular, etc ). Enfim, há ainda muitas listas a fazer ( terríveis, tremendas ).

- Gonçalo M. Tavares, na Visão.

Um quadro por dia


Mestre dos Cassoni Campana, Eurídice e as suas companheiras, óleo sobre painel, 58x145cm.

Este pintor de que se sabe muito pouco, também conhecido como Mestre d' Ovidio e Mestre de Tavernelle, estava activo em Florença no início do séc.XVI e é dele este painel que ornamentou uma arca de casamento. Outros dois episódios da vida de Eurídice, provenientes provavelmente da mesma arca, estão na colecção Murnaghan de Dublin e no Museu de Artes Decorativas de Paris.
Vai hoje à praça em Paris, na Artcurial, com uma base de licitação de 350 000 - 550 000 euros.

Humor pela manhã


Vendedores de gravatas

Vendedor ambulante de gravatas
Foto de Garcia Nunes
PT/AMLSB/NUN/S01326
Vendedor ambulante de gravatas na Praça Luís de Camões
Foto de Fernando Martinez Pozal, 1948
PT/AMLSB/POZ/S00012
Vendedor ambulante de gravatas e bonés
Foto de Fernando Martinez Pozal, 1948
PT/AMLSB/POZ/S00011
Vendedor ambulante de gravatas e cintos
Foto de Arnaldo Madureira, 1960
PT/AMLSB/ARM/I00536
Vendedores ambulantes de gravatas na Av. de Roma
Foto de Arnaldo Madureira, 1960
PT/AMLSB/ARM/I00553
Vendedores ambulantes de gravatas e de fruta, na Alameda D. Afonso Henriques
Foto de Arnaldo Madureira, 1960
PT/AMLSB/ARM/I00556
Vendedora de gravatas na Feira da Ladra
Foto de Sid Kerner, 1967
PT/AMLSB/SID/000053

Em geminação com o Arpose. Não encontrei nenhum chinês...