Prosimetron

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sábado, 21 de julho de 2012

Os meus franceses - 215

Quotidianos - 83

Grace Pullen - Chicken soup III
Catherine Jones - Chicken noodle soup

Bom fim de semana


Robert Arthur Goodnough (1917-2010)
colecção particular

Já olharam duas vezes para o quadro? 
O objectivo era esse mesmo. 
Bom fim de semana com um sorriso!

Vamo-nos refrescar - 11

Georges Barbier - Senhora com leque

Os «muito ricos», segundo Scott Fitzgerald


«Let me tell you about the very rich. They are different from you and me. They possess and enjoy early, and it does something to them, makes them soft where we are hard, and cynical where we are trustful, in a way that, unless you were born rich, it is very difficult to understand. They think, deep in their hearts, that they are better than we are because we had to discover the compensations and refuges of life for ourselves. Even when they enter deep into our world or sink below us, they still think that they are better than we are. They are different.» 
F. Scott Fitzgerald - The rich boy (1926) 

86 anos depois continuam a pensar o mesmo!

Em geminação com o Arpose.

Les Dames du Trianon

Jean-Marc Nattier (1685-1766) - Madame de Pompadour 
Pierre Mignard (1612-1695) - Madame de Montespan 
Madame Elizabeth, irmã de Luís XIV 
G. F. P. Simon (1770-1837) - Joséphine de Beauharnais, em traje imperial

Encontra-se no Palácio de Versalhes uma exposição sobre as mulheres, mais ou menos conhecidas, que habitaram o Trianon.
Uma galeria de retratos evoca desde a imperatriz Maria Teresa de Áustria até à imperatriz Eugénia, passando pela Madame Pompadour, Madame du Barry, Maria Antonieta ou a imperatriz Maria Luísa. Estão também representadas outras personagens (como as damas da corte) que tiveram uma ligação forte às rainhas, princesas e favoritas reais.
Uma exposição sobre três séculos de história da corte francesa, que permite apreciar a evolução da arte do retrato e da moda.

Até 14 de outubro.

Humor pela manhã...



Prometo que é a última do senhor ministro que aqui trago. A menos que ele decida fazer mestrado :)

Bom dia !



Bom fim de semana!

Chávenas de café - 2

Esta chávena é do Café Sant'Eustachio (http://www.santeustachioilcaffe.it/), em Roma. Tinham-me dito maravilhas do café, mas francamente não fiquei fã. E depois dentro do café (local) não há quase espaço. Só umas mesinhas (muito poucas) à porta.
Os empregados viram-se para nos preparar este café. :(

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Os meus franceses - 214

Já uma vez coloquei uma canção de Desireless de que gosto bastante:  «Voyage, voyage». Hoje fica «Elle est comme les étoiles».

Um quadro por dia


Podia ser Monet, mas é John Singer Sargent : Reapers resting in a Wheat Field, 1885, óleo sobre tela, 71,1x91,4cm, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.

E vós?

Izet Sarajlic ( 1930-2002 ), o grande poeta, ensaísta e tradutor bósnio, que para aquecer a sua casa durante o longo cerco de Sarajevo se viu forçado a queimar os muitos livros da sua biblioteca. Começou pela filosofia e pelos romances, depois passou ao teatro, e ia finalmente passar à poesia quando o cerco terminou. Eu sei por onde começaria, pelos livros jurídicos ( guardando apenas a Constituição ) e talvez a poesia também ficasse para o fim. E vós?

Poemas



Um do grande espanhol Luis Antonio de Villena.

22 e 23 de Julho na Casa da Achada

Casa da Achada - Centro Mário DionísioActividades de 22 a 23 de Julho

Oficina
OFICINA
DAS PALAVRAS ÀS MÚSICAS
Domingo, 22 de Julho, das 15h30 às 17h30
Nos domingos do mês de Julho, com Cristina Mora, vamos partir das palavras para chegar à música.
Trata-se de estimular a percepção auditiva e a prática musical. Os instrumentos preferenciais de trabalho são a voz e as palavras (palavras isoladas, sequências de palavras, pequenos textos) e trabalhar o ritmo, a melodia a harmonia, o timbre, a textura…
Para todos a partir dos 6 anos.

Leitura Furiosa
CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 23 de Julho, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Nesta sessão continua a leitura comentada, por Miguel Cardoso e Miguel Castro Caldas, de textos da polémica do neo-realismo publicados na revista Vértice em 1952-54. Após a leitura de textos publicados por João José Cochofel e António José Saraiva, e da leitura de «O sonho e as mãos» de Mário Dionísio, nesta sessão continuamos a leitura de «Cinco notas sobre forma e conteúdo» de António Vale (aliás Álvaro Cunhal).
«Quando arrumamos (não fazendo mais afinal que desarrumá-los...) os homens para um lado e os artistas para outro, estamos já em pleno falseamento da vida. Já aceitámos o pobre paradoxo de uma arte sem vida e de uma vida sem arte. Já esvaziámos do seu rico conteúdo a vida e a arte. Já partimos vergonhosamente ao ataque dessa esfera tão permanente e íntima da criação do homem que por ela é possível reconstituir épocas, regiões de que todo o resto se perdeu, dessa voz incansável com a qual, pelos séculos fora, através de todas as circunstâncias e apesar de todas as circunstâncias, o homem se recusa a desistir, desse espelho precioso, cuja imagem é já acção, desse calor humano tão essencialmente resistente que permanece e progride até nos brinquedos das cornamusas e crotalos de Eugénio de Castro, do lampadário de cristal de Jerónimo Baía. Se o fazemos, se barulhentamente queremos afastar do nosso caminho os problemas da arte (e são tantos, tão variados e autênticos), porque vimos então lepidamente, por outra porta, a querer criar uma nova arte, fora dos domínios da sua problemática e da sua linguagem, como se ela pudesse sair das mangas de um ilusionista?»
Mário Dionísio, «O sonho e as mãos» (Vértice, vol. XIV, n.° 124, Janeiro de 54 e n.°125, Fevereiro de 54)
CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE
«QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA»
Segunda-feira, 23 de Julho, 21h30
Os tempos vão maus. Uns choram e outros cantam. Por aqui, continuamos a mostrar o que alguns fizeram nas vidas que foram tendo. Este ciclo de cinema, porque é verão e ao ar livre, tem muita música – que a música é uma boa forma de dizer coisas. É bom ouvir música ao ar livre. E ver o mundo enquanto se ouve música. E pensar. Nas vidas dos outros e nas nossas – as de cada um e também na da Casa da Achada. E falar depois de ter ouvido cantar. Um alívio uma vez por semana, quando o cerco é grande..
Nesta segunda sessão deste ciclo projectamos A roda da fortuna (The band wagon, 1953, 112 min.) de Vicente Minelli.
Quem apresenta é Gabriel Bonito.


Em Santa Apolónia...


... os grandes veleiros.

Bom dia !



Um inédito dos Quinta do Bill, letra de Pedro Malaquias.

"As circunstâncias governam o homem"

Conheci Steve Berry aqui no blogue. Procurei alguns títulos e escolhi A Traição Veneziana. O autor prende o leitor com o mistério e a conspiração num cenário magnífico. A estrutura do livro é bem arquitectada. O binómio do bem e do mal leva-nos a extrapolar para as pequenas conspirações do poder que observamos no quotidiano.

« Lembra-te do que Homero disse. As circunstâncias governam o homem, não o homem as circunstâncias.»

Steve Berry, A Traição Veneziana, Lisboa: D. Quixote, 2007, p. 80.


Lisboa: Rua de Santa Marta


I Regni immaginari


Museo Nazionale Romano in Palazzo Massimo, em Roma, apresenta colagens da rainha Margarida da Dinamarca, inspiradas no conto «Os cisnes selvagens» de H. C. Andersen.

Até 9 set. 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Les oiseaux dans la charmille

DIANA DAMRAU Les oiseaux dans la charmille - II Act.Les Contes d'Hoffmann

Les oiseaux dans la charmille 
Dans les cieux l'astre du jour, 
Tout parle à la jeune fille d'amour! 


Ah! Voilà la chanson gentille 
La chanson d'Olympia! 


Ah! Tout ce qui chante et résonne 
Et soupire, tour à tour, 
Emeut son coeur qui frissonne d'amour! 
Ah! Voilà la chanson mignonne 
La chanson d'Olympia! Ah!


Gentileza do google daqui.

Os meus franceses - 213


La Grande Sophie foi uma descoberta recente. Nasceu em 18 de julho e 1969, em Thionville, na região do Mosela.

Um quadro por dia


- Uma das telas que Zurbarán dedicou a Santa Lúcia/Luzia, esta em 1625, e por causa de um livro que estou a ler :


Ao final da tarde : Borges&Piazzolla



Milonga de Jacinto Chiclana, palavras de Jorge Luís Borges e música de Astor Piazzolla, 1965.

ONDE ME APETECIA ESTAR



- Uma boa ideia seria passar uns dias em Montpellier, para mais um Festival de Radio France et Montpellier Languedoc-Roussillon, até 27 de Julho ( www.festivalradiofrancemontpellier.com ). Há música para todos os gostos: Glinka, Massenet, Mozart.

Sábado, em Miróbriga


«Está de ananases!»


«E debalde rebuscava desesperadamente uma outra frase sobre o calor, bem trabalhada, toa cintilante e nova! Nada! Só me acudiam sordidezas paralelas, em calão teimoso: "é de rachar", "está de ananases"!, "derrete os untos"!... Atravessei ali uma dessas angústias atrozes e grotescas, que, aos vinte anos, quando se começa a vida e a literatura, vincam a alma - e jamais esquecem.»
Eça de Queirós - A correspondência de Fradique Mendes

Hoje, a temperatura está bastante agradável. Porque não tomar, ao fim da tarde, uma pina colada

de Lisa Audit

Livros de cozinha - 60

Mem Martins: Europa-América, 2006

«Neste livro de cozinha encontram-se receitas que poderiam ter estado presentes na mesa das personagens de Jane Austen ou na sua própria, embora modernizadas, não tanto nos ingredientes que eram já muito semelhantes aos que utilizamos , mas nas diferentes técnicas e ferramentas de que dispomos nos nossos dias e sem os quais já não sabemos funcionar - como é o caso, por exemplo, do forno ou do fogão a gás ou elétrico que substituíram os de lenha.»
Ana da Costa Cabral, a autora destas «Receitas da Avó Rosalina» (que já foi, por exemplo, Ana Maria Sampaio) explica, numa breve introdução, o horário das refeições e de que se compunham estas, nas famílias que "entram" nos romances de Jane Austen.
Cerca de 50 receitas - inspiradas nos romances A Abadia de Northanger, Amor e amizade, Ema, Orgulho e preconceito, O Parque de Mansfield, Persuasão e Sensibilidade e bom senso - compõem este livro. Encontram-se divididas por: Aperitivos e sopas; Pratos com peixe e marisco; Pratos com carne; Pratos com vegetais; Pratos doces; Compotas; Molhos; e Bebidas.

Vou escolher a «Compota de damasco» para a apresentar aqui, já que das receitas apresentadas parece-me uma das mais inglesas.

«Ora um bom damasco é apetitoso, o que não acontece com nenhum dos do meu jardim.
«- A verdade, minha senhora - disse a Sr.ª Grant, pretendendo falar em segredo à Sr.ª Norris, que estava do outro lado da mesa -, é que o Dr. Grant mal conhece o sabor dos nossos damascos; raras vezes come algum; é um fruto muito bom, com um pouco de trato. os nossos são de uma qualidade tão grande e bonita que a minha cozinheira aplica-os todos em bolos e conservas.» (O Parque de Mansfield)


Agora a receita:

1 kg de damascos cortados em metades e sem caroço
1 kg de açúcar

Num tacho de boca larga, dispõem-se camadas de damascos e de açúcar. Leva-se a lume muito brando de modo a que o açúcar vá derretendo muito lentamente. Quando o açúcar estiver derretido aumenta-se o lume até obter o ponto de espadana. Quando a compota estiver no ponto, deita-se numa compoteira. Para se conservar durante meses, deixa-se arrefecer e coloca-se a compota em frascos herméticos, fervidos e bem secos. Cobre-se com um papel molhado em aguardente e fecham-se hermeticamente os frascos.

Nota: Se quiser fazer um doce de damascos, deverá retirar-lhes a casca e passá-los de modo a que fique um puré. (p. 77)

Bom dia !



Uma das novas bandas mais interessantes, os Virgem Suta.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Boa noite!


Lembrei-me desta canção por causa do título do filme de Woody Allen. A canção, interpretada por Lulu, fez parte da banda sonora do filme com o mesmo nome que, em Portugal, passou com o título Adivinha quem vem jantar. Interpretado por Sidney Poitier, Katherine Hepburn, Spencer Tracy e pela própria Lulu.

Woody Allen e Roma

E eu estou com enorme vontade de ver o último filme de Woody Allen: To Rome with love.


Cinenovidades



Chegará o Fausto de Alexandre Sokurov às nossas salas? Talvez no Outono, assim espero.

Auto-retrato(s) - 160


O último auto-retrato de Francisco Goya, Auto-retrato com o Dr.Arrieta, 1820 ( Minneapolis Institute of Arts, EUA ), oferecido pelo grande pintor ao seu médico, o Dr.Eugenio Arrieta, agradecendo este ter-lhe salvo a vida no ano anterior. A inscrição, pelo próprio punho do mestre espanhol, na tela conta a história.

Um quadro por dia

Um Caravaggio que ainda não apareceu aqui no Prosimetron? Eu diria que este é um dos poucos. E aparece porque li recentemente sobre ele. Sobre a quase não-presença de Cristo ( na obscuridade, apontando ), a expressão do rosto de Mateus, uma  representação exemplar da conversão cristã.

( O chamamento de São Mateus, 1599-1600, óleo sobre tela, 322x340cm, Capela Contarelli, Igreja de São Luís dos Franceses, Roma )

Quem queira o fresco...







... tem sempre um jardim para se proteger das altas temperaturas. Estes são os jardins de La Ballue, na Bretanha, anexos a um castelo do século XVII, restaurados em 1973, e classificados como monumento histórico em 1999.  Um dos mais belos conjuntos de França.

Pensamento(s)


La vérité de l'amour ne s'accorde pas avec l'expérience de l'amour.


- Clément Rousset (1939-), na obra supra.

Humor pela manhã...

- O anedotário relvense continua...

 - Desacreditando ainda mais o Dr.Relvas, não páram de aparecer placas como estas que "atestam" que em 2004, por exemplo, afinal já tínhamos "doutor"...
- Há muito tempo que não via a dra.Moura Guedes rir tão expressivamente como nesta manifestação anti-Relvas de há dois dias.

Um ministro a prazo? Eu diria que sim, mas " neste país de bananas, governado por sacanas " como dizia o Senhor D.Carlos, tudo é possível...

Bom dia !



Ana, mais Lana Del Rey :). Ao vivo, numa loja na Califórnia.

Jane Austen: as minhas leituras

Jane Austen faleceu em 18 de julho de 1817, em Winchester (Inglaterra). Há dias APS fez um post no Arpose, sobre o leilão de um anel desta escritora inglesa. 
Deixo aqui as minhas leituras de Jane Austen, em geminação com o Arpose.

Trad. de Leyguarda Ferreira.
2.ª ed. Lisboa: Romano Torres, 1949
Tít. original: Persuasion
Trad. de Isabel Sequeira.
Mem Martins: Europa-América, 2007

«Sir Walter Elliot, do Solar de Kellynch, em Somersetshire, era um homem que, para se distrair, nunca pegava num livro, com exceção dos Anais dos Baronetes; aí encontrava ele ocupação para as horas de ócio e consolação para as horas tristes; aí sentia ele estimulados o respeito respeito e a admiração, ao contemplar o pouco que restava dos primeiros títulos nobiliárquicos; aí, quaisquer sensações desagradáveis, provocadas por assuntos de natureza doméstica transformavam-se naturalmente em pena e desdém. Quando acabava de folhear a quase interminável lista de pares criados no último século - e aí, se todas as outras páginas não surtissem efeito, ele lia a sua própria história com um interesse que nunca esmorecia - chegava à página em que o seu volume favorito era sempre aberto: "ELLIOT DO SOLAR DE KELLYNCH [...]".» (p.5)

Trad. Mário da Costa Pires.
Lisboa: Romano Torres, s.d.
Tít. original: Emma.

«Ema Woodhouse, formosa, inteligente e rica [...]. Nos seus vinte e um anos de vida, poucas mágoas ou aflições havia tido. [...]
«Surgiu, todavia, uma tristeza - tristeza suave - não motivada por acontecimento desagradável. Miss Taylor [a precetora] casou e foi essa perda que ocasionou o primeiro desgosto de Ema.» (p. 7-8)

Trad. de Leyguarda Ferreira.
2.ª ed. Lisboa: Romano Torres, 1955

O orgulho de Darcy e os preconceitos de Elizabeth, um retrato da sociedade rural inglesa no século XIX.
A primeira vez que li este livro foi na edição (acima) da Romano Torres que já não tenho e que tinha uma «Breve história romântica de Jane Austen», «à maneira de prefácio», da autoria de Gentil Marques, o diretor da coleção.
Há quatro anos adquiri este livro (em baixo) que vinha com a revista Sábado.

Trad. Nuno Castro.
Biblioteca Sábado, cop. 2008
«É uma verdade universalmente aceite que um homem solteiro na posse de uma fortuna avultada necessita de uma esposa.» Assim começa Orgulho e preconceito.

Neste livro, Fanny Price agita o calmo Parque Mansfield com um caso de adultério, tema inabitual nos livros de Jane Austen. Li-o há poucos anos, quando foi, pela primeira vez, publicado em Portugal.

Vejo todos os filmes e séries baseados em livros de Jane Austen. Há muitíssimos. O meu preferido é aquele em que Colin Firth vestiu a pele de Darcy, de Orgulho e preconceito (1995), papel que, em 1940, tinha sido interpretado por Lawrence Olivier, um dos meus actores preferidos.