Prosimetron

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sábado, 13 de novembro de 2010

Boa noite!

In Memoriam - Santo Agostinho

Aurélio Agostinho, conhecido como Agostinho de Hipona desde a sua consagração como bispo desta cidade em 397. Terá nascido a 13 de Novembro de 354 numa pequena cidade, Tagaste, situada na Numídia, no Norte de África. Foi canonizado e nomeado Doutor da Igreja.x
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mestre Huttenheim, Santo Agostinho Medita sobre a Santa Trindade, c. 1480.





Altar de Santo Agostinho. Agostinho lê as Escrituras, à sua frente está Santa Mónica, ora e participa no mistério do ofertório, a conversão do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Logos encarnado, que o bispo celebra perante a manifestação alegórica da Trindade - um rosto triplo e ao mesmo tempo uno - que o anjo assinala desviando o olhar para o verdadeiro centro do quadro. (* imagem digitalizada, p. 58)

«Foi esse livro [Hortênsio de Cícero] que mudou os meus afectos e voltou para ti, Senhor, as minhas preces. (...) - não era pois para refinar a língua que eu manuseava aquele livro, nem ele me convencera quanto ao estilo, mas quanto àquilo que dizia.»

Santo Agostinho in Confissões, Liv. III, IV, 7*

* Santo Agostinho Vida, Pensamento e Obra, Lisboa: Público. sd, p.228 (notas de âmbito filosófico, dos excertos de Confissões, Manuel Barbosa da Costa Freitas e José Maria Silva Rosa)

Caganer

Só este ano aprendi que os presépios catalães tem uma figura típica, os chamados caganer. Encontrei, para venda, n' El Corte Inglês, um presépio com um dentro de uma retrete de campo em que a porta abria e fechava.
No Diário de Notícias de quarta-feira, dia 10 de Novembro, descobri que o nosso José Mourinho é um dos novos 44 caganers deste ano. Já consegui arranjar...

O chá das cinco - 10


Robert Emil Stubner (1874-1931) - Tea time, ca 1910
Começa a apetecer tomar um chá.

Frutas - 36


Victoria Dubourg (1840-1926) - Raisins dans un panier
Londres, Richard Green

E d'A Ilha do Tesouro viaja-se até Dumas


Ed. 1936
http://purl.pt/301/1/dumas-resumos/visconde-bragelone.html

«Mais qu'est-ce que l'attente, sinon une sorte de folie,
et que'est-ce que la folie, sinon un excès d'espoir?
»
Alexandre Dumas
In: Le Vicomte de Bragelonne

Para os amantes de gatos

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Janeiro de 1931


Fernando Pessoa, In Poesia 1931-1935 e não datada , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006.
Retirado da Casa Fernando Pessoa

Simon's cat



Azálea


Victoria Dubourg - Azálea
Óleo sobre tela
Paris, Galérie Ary Jan


E a azálea lembrou-me esta canção de Los Panchos, que têm, pelo menos, dois fãs neste blogue:

Robert Louis Stevenson


Google.

Robert Louis Stevenson, cuja data de nascimento o Google hoje assinala, viu a luz do dia em 13 de Novembro de 1860, em Edimburgo.
«Engenheiro contrafeito, advogado negligente, embarcadiço e entusiasta de proezas desportivas, mesmo quando a precária saúde o aconselharia a outros ritmos, Stevenson conheceu o sucesso literário em 1883, por ocasião da edição de A Ilha do Tesouro, escrita para o seu enteado, uma criança de 12 anos. Inicialmente intitulada The Sea Cook, a acção desta novela inicia-se na Inglaterra do século XVIII, quando o pobre Jim Hawkins, órfão de pai e mãe, vê a sua vida alterada ao receber das mãos de um velho pirata um enigmático mapa com instruções para a localização de um tesouro depositado nas areias das Caraíbas. Tal como sucederia depois com John Ford no cinema, engendrador do mito do Oeste selvagem, Stevenson forjou o mito do pirata da perna de pau e papagaio no ombro – o Long John Silver – que doravante passaria a dominar o imaginário das aventuras de piratas.
«A este êxito seguiram-se O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1884) – inquietante viagem ao mundo das profundidades, quase adivinhando o próximo advento da moda freudiana –, a Flecha Negra (1885) e Raptado (1886), obras que passaram à posteridade ofuscando a demais produção de um autor cuja actividade se repartiu pelo teatro, pela crítica e pela poesia.
«Cativo dos trópicos e do sol, fixou residência nos mares do Sul em 1888, nas ilhas Samoa, onde escreveu as suas últimas obras: Nos Mares do Sul e Weir of Hermiston (inacabada)» e onde faleceu a 3 de Dezembro de 1894.
(http://purl.pt/301/1/o-autores-estrangeiros/oe-stevenson.html)


1.ª ed.
[London]: Cassel & Company, 1883


Trad. de Oliveira Abrantes.
Lisboa: Inquérito, 194-

Capa ass. Stop.

Trad. de Alexandre Pinheiro Torres;
il. Gouveia Portuense.
Porto: Civilização, 1961

Paco Ibáñez em Lisboa


O cantautor espanhol Paco Ibáñez vai actuar no dia 18 na discoteca Lux, em Lisboa, na apresentação do CD com a banda sonora do documentário José & Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes.
A apresentação do CD da banda sonora na discoteca LuxPara além de Paco Ibáñez, actuarão Camané, Pedro Gonçalves e Pedro Granato.
O filme José & Pilar terá uma exibição especial no cinema São Jorge, na 3.ª feira, 16, dia em que José Saramago completaria 88 anos.


LA POESÍA ES UN ARMA CARGADA DE FUTURO

Cuando ya nada se espera personalmente exaltante,
mas se palpita y se sigue más acá de la conciencia,
fieramente existiendo, ciegamente afirmado,
como un pulso que golpea las tinieblas,

cuando se miran de frente
los vertiginosos ojos claros de la muerte,
se dicen las verdades:
las bárbaras, terribles, amorosas crueldades.

Se dicen los poemas
que ensanchan los pulmones de cuantos, asfixiados,
piden ser, piden ritmo,
piden ley para aquello que sienten excesivo.

Con la velocidad del instinto,
con el rayo del prodigio,
como mágica evidencia, lo real se nos convierte
en lo idéntico a sí mismo.

Poesía para el pobre, poesía necesaria
como el pan de cada día,
como el aire que exigimos trece veces por minuto,
para ser y en tanto somos dar un sí que glorifica.

Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan
decir que somos quien somos,
nuestros cantares no pueden ser sin pecado un adorno.
Estamos tocando el fondo.

Maldigo la poesía concebida como un lujo
cultural por los neutrales
que, lavándose las manos, se desentienden y evaden.
Maldigo la poesía de quien no toma partido hasta mancharse.

Hago mías las faltas. Siento en mí a cuantos sufren
y canto respirando.
Canto, y canto, y cantando más allá de mis penas
personales, me ensancho.

Quisiera daros vida, provocar nuevos actos,
y calculo por eso con técnica qué puedo.
Me siento un ingeniero del verso y un obrero
que trabaja con otros a España en sus aceros.

Tal es mi poesía: poesía-herramienta
a la vez que latido de lo unánime y ciego.
Tal es, arma cargada de futuro expansivo
con que te apunto al pecho.

No es una poesía gota a gota pensada.
No es un bello producto. No es un fruto perfecto.
Es algo como el aire que todos respiramos
y es el canto que espacia cuanto dentro llevamos.

Son palabras que todos repetimos sintiendo
como nuestras, y vuelan. Son más que lo mentado.
Son lo más necesario: lo que no tiene nombre.
Son gritos en el cielo, y en la tierra son actos.

Gabriel Celaya (1911-1991)

Boa noite!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cantando o vinho

Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga

Júlio Resende

Júlio Resende, Ribeira Negra, 1985,40mx3m, azulejo, doado à C.M. do Porto pelo artista.

E esta semana que está a acabar foi a primeira da casa nova deste enorme e icónico painel que Resende doou à sua cidade em 1994 e que esteve encaixotado uma série de anos num armazém camarário...
A casa nova é o primeiro andar da Alfândega do Porto e lá finalmente voltaremos a ver este fantástico retrato da vida tripeira.

Não me importava de fazer esta viagem. :)


Os caminhos de ferro russos recolocaram nos carris o comboio mítico dos aristocratas. A Rússia de Hoje pode ser vista a bordo do Expresso do Oriente do século XXI. De Nice a Moscovo em 50 horas.
http://www.lefigaro.fr/publiredactionnel/2010/10/20/06006-20101020ARTWWW00342-vers-la-cote-d-azur-au-train-des-anciens-aristocrates.php

No Porto


Lisboa foi despedir-se do "Senhor do Adeus" (VÍDEO) - Portugal - DN

Lisboa foi despedir-se do "Senhor do Adeus" (VÍDEO) - Portugal - DN

Bom dia!

A começar musicalmente com Paul Simon e esta Hearts and Bones, uma bela canção sobre a sua tumultuosa relação com a actriz Carrie Fisher, com que casou por duas vezes com igual número de divórcios.

Cinenovidades - 150 : Inside Job

Estreou ontem este documentário, que põe preto no branco muito do que alguns sabem ou desconfiam: a ganância e as fraudes que levaram à crise financeira começada em 2008 e que dura até hoje, que depressa se transformou numa crise económica. Os bancos de investimento a venderem papel que na prática era lixo, fundos de pensões e instituições que os compravam, especuladores sem alma e a complacência dos reguladores e das empresas de rating que agora tão agressivas são com alguns estados.

Biografias, autobiografias e afins - 88


Foi ontem o lançamento, na Fnac Chiado, desta biografia do precocemente falecido Francisco Sá Carneiro escrita pelo jornalista Miguel Pinheiro que andou 5 anos à volta da vida pessoal e política do antigo primeiro-ministro e fundador do PSD.

O reverso da medalha...

(...) Se a China continuar a construir novas fábricas a carvão, sem controlo de emissões, é indiferente o que faça o resto da população mundial. Poderíamos desligar a Europa inteira, que continuaria a não chegar para nos impedir de cairmos do precipício das alterações climáticas. O crescimento das emissões na China é tão impressionante que iria sufocar o planeta.

- Excerto da entrevista a Jesse Berst, renomado perito energético norte-americano, publicada na Visão desta semana.

Victoria Dubourg

A pintora Victoria Dubourg (que eu desconhecia) foi mulher de Fantin-Latour que a retratou, bem como à família Dubourg.
Nascida em Paris, Victoria Dubourg (1840-1926) passa uma parte da sua infância em Francforte. Quando regressa a Paris, tem lições de pintura e encontra Manet, em 1860, ao qual a vem ligar uma grande amizade e que lhe inspira os primeiros quadros. Em 1866, quando copiava os grandes mestres no Louvre, conhece Henri Fantin-Latour, com quem casa em 15 de Novembro de 1876. Expõe e ganha vários prémio, tornando-se membro de várias sociedades.
Residindo em Paris, passa os Verões em Buré, onde ela e Fantin-Latour pintavam os seus quadros de flores, de que é uma especialista, bem como de naturezas-mortas.
A sua pintura lembra a de Fantin-Latour, «ao nível da textura, da luz e dos fundos». (http://www.galeriearyjan.com/oeuvres/19eme/victoria-dubourg-fantin-latour)


Henri Fantin-Latour - Victoria Dubourg
Óleo sobre tela, 1873
Paris, Musée d'Orsay


Henri Fantin-Latour - A Família Dubourg
Óleo sobre tela, 1878
Paris, Musée d'Orsay



Henri Fantin-Latour - Charlotte Dubourg
Óleo sobre tela, 1882
Paris, Musée d'Orsay

Amanhã apresentarei algumas telas de Victoria Dubourg.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

«São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho, rapa.»


Osias Beert (1580-1624) - Still life with oysters, sweetmeats and roasted chestnuts


Osias Beert (1580-1624) - Still life with oysters and chestnuts


Boa noite de S. Martinho!

S. Martinho na Galeria Nacional Húngara

Depois do post de MR e do Luís ambos belíssimos, deixo este S. Martinho que conheci em Budapeste.


Autor desconhecido, S. Martinho e o Mendigo, c. 1490, (fotografia tirada na GNH)





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Galeria Nacional Húngara, Budapeste, Hungria
Para celebrar o dia, a dança de Jorge Donn nesta sala magnífica:
Jorge Donn em Les un et les autres, filme de Claude Lelouch, 1980




Votar é preciso !

Não se assustem caros colegas e leitores, pois que o Prosimetron não foi alvo de nenhuma prise de pouvoir. Trata-se antes de um apelo ao voto: está a decorrer no blogue Estado Sentido, que podem visitar clicando na lista de blogues que está à direita nesta página, uma votação sobre o monárquico português mais sexy, sendo que o nosso João Mattos e Silva é um dos candidatos , involuntário como devem calcular e me confirmou o próprio , mas já que o é temos de o apoiar!
Toca a votar!

Rir é o melhor remédio - 3


Aqui há uns tempos, uma amiga do nosso Jad ofereceu-se para me ensinar chinês. Talvez seja caso de pensar nisso...

1989 : Lisa Stansfield

Com esta All Around The World, Lisa Stansfield dominava vários tops europeus e era nº3 na tabela norte-americana a 11 de Novembro de 1989.

IN MEMORIAM JOÃO MANUEL SERRA

Acabei de saber pelo Facebook, e já vi a notícia em vários blogues, que morreu João Manuel Serra (1930-2010), o homem que acena como era conhecido em Lisboa, cidade de que era icónica figura. Mencionei-o em tempos aqui no Prosimetron e vi-o recentemente, há menos de uma semana, parecendo-me bem mas, como é sabido, "basta estar vivo".
É uma parte da Lisboa contemporânea que desaparece.

Só até domingo



Até 14 de Novembro
Teatro Cinearte, Sala 1
5 .ª a sábado, 21h00
Domingo, 16h00

«O trabalho dramatúrgico consistiu em desenhar o enquadramento do 19 de Outubro, focando a oposição monárquica, a conspiração dos exilados e o seu apoio por parte do Rei de Espanha, a acção determinante – no terreno e na confissão do Dente de Ouro -, dessa figura sinistra, o empresário teatral Augusto Gomes, e a incapacidade ou total impossibilidade de os Republicanos terem conseguido a total clarificação deste “mistério” perante a opinião pública.
«Será talvez essa a razão de se continuar a intitular de “mistério” um golpe reaccionário suficientemente clarificado e confessado na sua planificação, propósitos e objectivos.
«E se todos esses dados ainda são considerados insuficientes, pois que se faça luz definitiva sobre um dos mais bárbaros e repugnantes acontecimentos que manchou a vida politica nacional.
«A História e o futuro vivem de saber ler o passado. Não será despiciendo saber toda a verdade sobre os crimes que se abateram sobre os dirigentes do 5 de Outubro, onze anos depois de terem conquistado a liberdade para o povo português.» (http://www.abarraca.com)

PENSAMENTO(S) - 145


Agir en homme de pensée, penser en homme d'action.


- Henri Bergson, filósofo e Prémio Nobel da Literatura de 1927.


Uma bela máxima.

Sábado, no Museu do Teatro.

É já este sábado, no auditório do Museu do Teatro, pelas 16h30, que ocorre o lançamento de Ester Leão, Uma Actriz da República, biografia da grande actriz, encenadora, escritora e professora.
É uma edição da Ramiro Leão, pequena mas dinâmica editora sediada em Gavião, Alentejo, e de que já falei nestas páginas.

Um quadro por dia - 109

Pieter Brueghel O Velho (1525-1569), O Vinho do Dia de São Martinho, 1565-68, 148x270,5cm, Museu do Prado.


Esta tela foi levada para Espanha por um duque de Medinaceli, uma das mais poderosas famílias nobres do país vizinho, e passou por várias colecções particulares ao longo dos séculos perdendo-se a identidade do pintor e acumulando-se a sujidade. Tudo mudou quando há uns anos o proprietário a quis vender e contactou a Sotheby's. Foram os peritos desta reputada leiloeira, que consultaram também os maiores brueghelianos, que chegaram à conclusão de que se tratava realmente de um Brueghel desconhecido até então, interessando o Museu do Prado que comprou a tela já este ano por 7 milhões de euros.
E o santo, à direita, observa a inebriação e o furor causados pelo vinho novo.

Roma, Cidade Aberta

de Roberto Rossellini


«Realizado imediatamente a seguir ao fim da II Guerra Mundial, Roma, città aperta, uma das obras-primas absolutas de Rossellini, é o filme que lança aquilo a que se convencionou chamar o “neo-realismo”. História de resistência durante a ocupação nazi, com um padre e um comunista aliados na causa comum e Anna Magnani num dos seus papéis mais emblemáticos – a sequência da sua morte é das mais prodigiosas na obra de Rossellini. No cinema italiano, recém-saído do “escapismo” do cinema do período fascista, Roma, città aperta teve o efeito de uma bomba. O seu poder emocional continua intacto.» (http://www.cinemateca.pt/programacao.asp)
Cinemateca
2.ª feira, dia 15 Nov., 19h00

Uma pequena (?) maravilha











Simone Martini (1284-1344) - Cenas da vida de S. Martinho
Frescos, 1312-1317
Assis, Igreja de S. Francisco, Capela de S. Martinho
Espero um dia pôr-lhes a vista em cima.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Boa noite!

Que começa musicalmente com Elton John, que a 10 de Novembro de 1973 iniciava um domínio de oito semanas dos tops de álbuns com o Goodbye Yellow Brick Road, onde está este maravilhoso tema homónimo, um dos meus preferidos deste cantor inglês.

«Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou»


Depois de ter andado pelo ARPOSE.

Venha a cicuta...


Em português - 52

Os Yemmandala, portugueses mas com grandes influências brasileiras.

Citações - 134

(foto de António Balau)

O surf foi inventado pelo sargo e pelo robalo.

Ouvida ontem no Telejornal, proferida por um habitante da Nazaré a propósito da forte ondulação que se tem feito sentir e que inundou casas e lojas, mas ondulação esta que propicia grande apanha de peixe a quem ousar enfrentar as ondas de 10 metros e mais...

Erbarme dich

Há músicas que têm o condão de nos elevar. Boa noite!

Andreas Scholl - Bach -Matthaus Passion - 39. Aria A -Erbarme dich

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Os meus franceses - 111


Do espectáculo de Kamel Ouali.
Boa noite!

Amazing Grace

Creio que crentes e não crentes gostarão. E explica porque alguns de nós somos cristãos.


Aquisições recentes - 18

Juro que não é para fazer pirraça :), mas isto é como as cerejas e o post da nossa M.R. levou-me a recordar este volume que comprei há uns meses. Não sei se é o mesmo livro cuja tradução vai ser agora posta à venda, mas se o é então dou os parabéns à Cavalo de Ferro.
São reflexões sobre a leitura, os livros, as bibliotecas e alguns autores de eleição.
É uma edição da Payot/Rivages, de Abril deste ano.

C' est un bonheur que de se constituer progressivement une belle petite bibliothèque avec des moyens modestes en bravant toutes les difficultés; c' est un sport passionant!

- Hermann Hesse.


P.S. - Lembro-me como se fosse hoje a minha descoberta, ainda adolescente, de Hesse: uma tarde de Feira do Livro em que comprei o Sidarta. Sentei-me num banco do parque e fui lendo até a noite cair...

Biografias, autobiografias e afins - 87



Embora republicano, Charles Napoléon assume-se como o chef de la maison Bonaparte e é inclusive presidente de algumas associações napoleónicas, não renegando, portanto, o seu parentesco "imperial" como descendente de Jerónimo Bonaparte, o irmão mais novo de Napoleão.
É ele o autor de mais uma biografia sobre o Genial Corso, focada esta sobre aspectos menos conhecidos da vida no exílio de Santa Helena mas não abstraindo da análise mais vasta do reinado de Napoleão- reconhecendo os progressos firmados pelo seu distante antepassado ( o Código Civil, a Concordata, os liceus, o Tribunal de Contas, o Banco de França, o Conselho de Estado etc ) mas também a megalomania militarista que pôs a Europa a ferro e fogo...
Napoléon, mon aieul, cet inconnu, Charles Napoléon, XO Éditions, 411p, €20, 2010.

Uma biblioteca da literatura universal


Trad. Virgílio Tenreiro Viseu.
Lisboa: Cavalo de Ferro, 2010
Vai sair este mês a tradução portuguesa deste livro que há anos que desejo ler. Gosto muito de Hermann Hesse.
«Os livros são fonte de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a nossa vida e aumentando o valor da nossa existência. Mas quantos de nós já não nos sentimos perdidos nessa floresta densa e por vezes hostil que é o mundo dos livros e da literatura? O que ler? Como encontrar o livro que secretamente procuramos? Hermann Hesse, escritor amado por gerações de leitores, guia-nos neste conjunto de textos fundamentais pela floresta de papel da literatura, introduzindo-nos à "magia do livro". Explica e ilustra com clareza o que significa encontrar um livro — acontecimento que pode ser tão ou mais importante do que o encontro com outra pessoa. Ajuda-nos de forma simples e precisa no passo mais delicado e fundamental: a criação da nossa própria biblioteca. Sugere-nos livros incontornáveis e explica-nos porque devemos travar conhecimento com eles. Reflecte de forma actualíssima sobre o universo da leitura e da escrita. Um livro fundamental, inédito em português, para todos os leitores que pretendam iniciar ou aprofundar o seu conhecimento na arte subtil da leitura.» (http://www.cavalodeferro.com/index.php?action=product_info&products_id=210)

Brahms

Ler umas páginas de história musical por vezes faz-nos sorrir. Foi o que me aconteceu relativamente à Johannes Brahms (1833-1897), hoje compositor muito apreciado mas que no seu tempo estava longe de colher a unanimidade, dentro ( por oposição a Liszt e à "epidemia Wagner") e fora da sua Alemanha natal.
Brahms, que se considerava o herdeiro de Beethoven, era odiado por Tchaikovski que o considerava "um medíocre que acha que é um génio" e Saint-Saëns que dizia que a sua "música é pesada, o que não é o mesmo que dizer que é profunda". Nietzsche era mais brando, dizendo que "as obras de Brahms têm a melancolia da impotência".
Foi, na verdade, o século XX que fez a glória do "reaccionário" ( era um dos adjectivos que mais lhe era aplicado, e relativo à linguagem musical ) Brahms.
Eu não acho nada pesada esta Quinta Dança Húngara.

Auto-retrato(s) - 68

Alighiero Fabrizio Boetti (1940-1994 ), Alighiero e Boetti Auto-retrato, 1977. Fotografia p/b.

A partir de meados dos anos 70, Boetti começa a "desdobrar-se" em duas pessoas utilizando o seu primeiro nome próprio e o seu apelido para as designar. É desse período que data este peculiar auto-retrato fotográfico.


Le Repos


Manet - Le Repos, ca 1870-1871
Providence, Museum of Art, Rhode Island School of Design

«Rue de Saint-Pétersbourg, Manet aura peint Le Repos, cette Berthe Morisot étendue et détendue, en robe blanche, ainsi que tous les autres portraits de sa sombre muse.»

«Dans Le Repos, elle a cet air comblé, de paresse et d'extase qu'expriment ses propres toiles mais qu'elle cache pour elle-même, sous une réserve, une pudeur défensives. Entre le peintre et le peintre, en se fiant aux regards de Berthe Morisot et aux multiples portraits qu'en fit Édouard Manet, on peut déduire dès le premier abord un mélange de séduction et d'admiration réciroques. Et une probable, une profonde complicté. Quelque chose comme une amitié amoureuse. Un amour?»
(Dominique Bona - Berthe Morisot: Le secret de la femme en noir. Paris: Grasset, 2010, p. 21,12. Le Livre de poche; 15347)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um aniversariante especial


David Thomson, crítico aclamado da Sétima Arte, associou Alain Delon a um „anjo belo e destruidor“ - atributos que encontramos em muitos dos papéis que o actor desempenhou ao longo da sua carreira. Esbelto, por vezes inacessível na sua expressão, Delon tornou-se num ícone do cinema francês e internacional.

Nascido em Sceaux a 8 de Novembro de 1935, viveu uma infância e juventude de total rebeldia. Seu visual valeu-lhe a descoberta para o grande écran. Em 1958, conheceu Romy Schneider com quem partilhou seis anos de aventura amorosa. Diversos affairs e outras ocorrências, apetecíveis à luz da imprensa cor de rosa, mantiveram Delon na ribalta das atenções durante cinco décadas. Até o assassinato de um dos seus guarda-costas confirmou a suspeita de ligações de Delon ao submundo.

Ainda assim, Alain Delon nada perdeu do seu fascínio. Faz hoje 75 anos. Bon anniversaire!